Pandemia

Na expectativa das aulas presenciais

Gestores de escolas particulares esperam por novos protocolos para a retomada das atividades

Jô Folha -

Escolas particulares de Pelotas aguardam a publicação dos novos protocolos de segurança para a retomada das atividades presenciais. Nesta quarta-feira (6) está prevista uma reunião entre gestores dessas instituições para tratar sobre o tema. Na última semana, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou que as escolas particulares poderão retomar as aulas físicas ainda neste mês. Para isso, seria necessário o cumprimento de normas de segurança, elaboradas pelo Estado, que devem ser finalizados até sexta.

Em nota, o Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) do Rio Grande do Sul afirma estar trabalhando junto ao governo gaúcho para a elaboração dos protocolos de segurança às instituições, e que emitirá orientações após a publicação do novo decreto.

“Isso faria com que, a disseminação do vírus aumentasse e muito devido a tudo que sustenta esse deslocamento até a escola”, afirma Rodrigo Ança, pai de uma aluna da 5ª série da Escola Santa Mônica, sobre a possibilidade retomada das atividades, citando que o distanciamento também promove segurança aos profissionais da educação. No momento, as atividades da escola estão sendo ofertadas de forma online. Mesmo com a adoção de medidas como a utilização de máscaras, distanciamento e disponibilização de álcool gel, Ança considera que o retorno não seria seguro. “Colocar em prática esse distanciamento em uma hora de recreio, por exemplo, em uma escola, requer muitos monitores e uma atenção redobrada”, pontua. Dessa forma, em caso de retorno das aulas presenciais, ele afirma que não mandará a filha para a escola. A posição também é seguida por Cátia Ribeiro, mãe de uma aluna do 7º ano na Escola Érico Veríssimo. “Ainda não me sinto segura”, conta, em relação retorno da filha. Para ela, ainda é cedo para que as atividades presenciais sejam retomadas em função da pandemia, sendo necessário, no mínimo mais 30 dias, com a oferta de atividades online durante o período, método que está sendo realizado no momento. “Estão sendo suficientes”, destaca. A preocupação de Cátia também é referente aos cuidados com os alunos de menor idades, que podem não respeitar medidas.

Dificuldades pela frente

Os cuidados com alunos menores também é uma das preocupações do diretor do Colégio Gonzaga, Carlos Santo. “Eles não vão querer usar”, pontua em relação às máscaras. Segundo ele, a escola ainda aguarda a definição de protocolos de segurança e de informações técnicas de órgãos como a Secretaria Estadual da Saúde ou do Ministério da Saúde. “Para que fossemos orientados de como seguir”, afirma, em relação ao retorno das atividades presenciais. Algumas dificuldades, no entanto, já foram apontadas pelo gestor, como a adoção de uma distância de dois metros em sala de aula para os alunos, que representaria uma redução de mais da metade do número de alunos que ocupam os espaços, passando de uma média de 25 para cerca 12 estudantes. Ao menos 700 alunos entram na instituição no período da manhã, e o número se repete no turno da tarde. Em uma possível retomada das atividades, Santo lembra que não haverá a necessidade de reposição de aulas, visto que os conteúdos continuam sendo trabalhados de forma online, inclusive com a aplicação de trabalhos e avaliações. A alternativa também é seguida por 97,4% das 131 escolas consultadas pelo Sinepe em todo o Estado, que utilizam plataformas e aplicativos para a disponibilização de conteúdos.

O diretor-geral da Escola Santa Mônica, Ênio Ferreira, disse que também espera a posição do Estado e do município em relação aos protocolos de segurança. A instituição possui cerca de 1,4 mil alunos em três unidades e o retorno das atividades nos locais, se possível, pode ocorrer no início de junho, seguindo os protocolos estabelecidos. Algumas medidas, no entanto, já estão sendo elaboradas, prevendo ações como a verificação de temperatura, disponibilização de álcool gel, uso obrigatório de máscaras entre alunos e funcionários e restrição de acesso de outras pessoas ao ambiente.

No final de abril, os representantes também estiveram reunidos com a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). Conforme informou a Assessoria de Comunicação da prefeitura, o objetivo do encontro foi o de ouvir as demandas das instituições. Na ocasião, a chefe do Executivo solicitou auxílio ao Sindilojas para identificação, por meio de pesquisa, dos locais onde as mães comerciárias têm deixado os filhos, tendo em vista a retomada, de forma lenta e gradual, do comércio. “O Município reitera que o decreto municipal nº 6.267, de 22 de abril, ainda é válido e veda o funcionamento de estabelecimentos educacionais privados na cidade, com a finalidade de evitar aglomerações e prevenir o contágio da doença, conforme indicam estudos científicos”, informa a nota. Ainda segundo o texto, o Executivo também afirma seguir as determinações do governo estadual, que estabelecem o retorno das aulas para o início de junho, mas aponta a possibilidade de retomada na rede privada ainda neste mês, de acordo com manifestação do governador, após o lançamento de protocolos que estão sendo elaborados.

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